Embora a ciência caminha a passos largos a Ejaculação Feminina ainda é um assunto onde não há muito consenso. Alguns autores afirmam que todas as mulheres, ao menos em teoria conseguem ter uma ejaculação. Já outros afirmam que 60% das mulheres conseguem. Ainda há outros que apenas 2%, e claro que os mais radicais que dizem que isso não existe!
Basicamente a Ejaculação Feminina acontece quando a mulher tem um orgasmo muito intenso, fazendo com que saia um jato de líquido da vagina, parecido com uma ejaculação masculina. Porém ela é mais farta, espirrando bastante, por isso o uso do termo Squirt, que do inglês significa esguicho ou jato.
Para entender um pouco, vejamos um breve histórico sobre a Ejaculação Feminina. Alguns registros afirmam que Aristóteles já havia identificado o fenômeno em mulheres, e que ele acreditava que a ejaculação estava ligada a fecundação.
Em meados de 1500, Matteo Realdo Colombo, professor de anatomia e cirurgião italiano, em seus ensaios sobre o clitóris identificou a Ejaculação Feminina também.
Nos anos 1600, Regnier de Graaf, um anatomista holandês descreveu com detalhes o fenômeno, identificando glândulas responsáveis ao longo do canal da uretra.
Em 1880, o ginecologista escocês Alexander Skene descobriu de fato as glândulas descritas por de Graaf, batizando de Glândulas de Skene.
Chegando no século 20, logo no início, os médicos da época acreditavam a Ejaculação Feminina como um sintoma de histeria, associando ela a incontinência urinária. Em 1926, o ginecologista Theodoor Hendrik Van de Valde, holandês de nascimento, publicou um manual sobre o casamento onde mencionava que algumas mulheres líquidos durante o orgasmo.
Em 1948, Huffman, ginecologista norte-americano publicou um estudo junto com ilustrações bem detalhadas do canal vaginal e também das Glândulas de Skene. No ano de 1950, o médico alemão Ernst Gräfenberg descreveu com detalhes a Ejaculação Feminina, vinculando ela de fato ao prazer do orgasmo.
Ele viu também que o líquido expelido era em esguichos, um líquido límpido, e não tinha como função a lubrificação, pois a lubrificação era necessária logo no início da relação e não no final. Em 1978, Josephine Lowndes Sevely e JW Bennett publicaram um estudo sobre a história das controvérsias sobre a Ejaculação Feminina.
Aqui é interessante lembrar que nem todos concordam com a existência da Ejaculação. Em 1985, a escritora feminista Sheila Jeffreys afirmou que a Ejaculação Feminina é pura invenção. Um pouco antes, em 1983, a psiquiatra Helen Kaplan afirmou que a ejaculação era apenas urina que as mulheres liberavam quando tinham um orgasmo.
Ejaculação feminina
Basicamente as palavras do fisiologista Joseph Bohlen fazem total sentido. Ele rejeitava a teoria da Ejaculação Feminina por que não foram feitos estudos utilizando métodos científicos. Isso até o ano de 2015. Em 2015, o ginecologista Samuel Salama fez um estudo no hospital Parly II, em Le Chesnay, na França, estudou 7 casos de mulheres que afirmavam ter ejaculações.
O estudo seguiu o rigor científico, fazendo a pesquisa em 6 passos:
Primeiro: recolheram uma amostra de urina das 7 candidatas e fizeram um scan na bexiga, para garantir que ela estivesse totalmente vazia. Então foram orientadas a se masturbar ou ter relações com seus parceiros e quando sentirem que estavam quase no clímax, tinham que avisar a equipe. Quando isso acontecia, os cientistas fizeram um ultrassom pélvico novamente, e orientaram as mulheres a continuar até chegar ao orgasmo e depois do orgasmo, um novo ultrassom.
Interessante que o ultrassom feito imediatamente antes do orgasmo, identificou que a bexiga das 7 mulheres estava cheia, e depois do orgasmo, as bexigas se esvaziaram.
Depois do orgasmo, recolheu-se o líquido expelido e fizeram uma nova análise. Duas das mulheres apresentaram uma ejaculação basicamente feita de urina.
Já as outras 5, apresentaram química diferente da urina. Um Antígeno Prostático Específico, ou PSA, elemento que não estava no exame da urina feito no 1° passo. O Antígeno PSA também é encontrado na ejaculação masculina ajudando os espermatozoides a nadar melhor.
O estudo de 2015 avaliou sistematicamente como funciona a Ejaculação Feminina, porém não se chegou a uma conclusão sobre a real eficácia da Ejaculação, visto que não traz nenhuma vantagem para a mulher.
Fato é que a Ejaculação Feminina acontece unicamente quando a mulher tem um orgasmo. No entanto a pessoa pode ter um orgasmo sem ter ejaculação. Talvez a vantagem maior para a Ejaculação seja a fantasia que ela traz, prato cheio para filmes de teor adulto. Outra vantagem é para o parceiro, visto que a Ejaculação acontece quase sempre com um orgamso mais intenso, mostrando assim que ele está fazendo um bom trabalho!
Como todas as mulheres tem a Glândula de Skene, glândula responsável pela produção do líquido da Ejaculação, todas as mulheres, em teoria, conseguem ter uma Ejaculação.
Claro que algumas tem mais facilidade do que outras. A dica principal são os exercícios de Pompoarismo. Falaremos sobre Pompoarismo com mais detalhes…
O Pompoarismo basicamente são exercícios para fortalecer o assoalho pélvico, dando inclusive consciência dos músculos. Ao pressionar a Glândula de Skene, a chance de ter uma ejaculação é bem maior.
Outra dica é a excitação do famoso Ponto G. Como o Ponto G fica próximo a Glândula de Skene, um massagear rítmico, pode também ajudar a mulher a ter uma Ejaculação, haja visto que se fizer uma estimulação, já percebe-se que as glândulas começam a secretar um líquido inodoro.
Porém é possível também conseguir uma Ejaculação com outros tipos de estimulação, como a clitoriana por exemplo. O que de fato importa é dar prazer a companheira através de uma boa estimulação, aumentando assim as chances de faze-la ejacular.
Embora possa se misturar com outros líquidos corporais como urina e até partículas de sangue a chance de uma pessoa pegar uma DST devido a exposição de uma Ejaculação Feminina, é muito, mas muito pequena. O pior que pode acontecer é molhar o lençol e o colchão, mas nada que uma boa lavada não resolva.
Uma curiosidade rápida: o Reino Unido proibiu obras que contenham Ejaculação Feminina, por que, na visão deles incentivava a Urofilia, o fetiche associado ao ato de urinar alcunhado também como Chuva Dourada.
Embora seja uma cena muito interessante de se ver, a Ejaculação Feminina é só um ponto do prazer. É interessante que a relação seja boa para ambos, desde as preliminares até os “finalmentes”. Todo o resto que acontecer nada mais é que consequência!
nem sabia que isso existia